terça-feira, 5 de janeiro de 2010

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Algumas pessoas, nesse exato momento, estão esperando uma ligação telefônica muito importante. Não é nenhum grande negócio imobiliário ou a ligação daquela pessoa por quem se está apaixonado. Também não é a informação de que se está milionário, embora, para eles, não há preço que pague a notícia que se espera receber, espera que dura, na maioria das vezes, por anos.
Eles esperam a ligação que lhes dará uma vida digna, fora de hospitais, que lhes proporcionem coisas simples como subir e descer escadas, poder enxergar o mundo à sua volta, poder viajar com a família nos feriados, não depender de um aparelho eletrônico para poder viver. Eles esperam uma ligação de algum médico avisando que, enfim, conseguiram um órgão compatível para um transplante.
Essa ligação é tão aguardada devido ao pequeno número de transplantes realizados no Brasil. É verdade que essa cirurgia cresceu muito nos últimos anos, porém ainda é insuficiente. Em alguns lugares do país, o transplante de córneas atingiu seu objetivo. Não há filas de espera, já que as córneas são o tecido mais comum a ser doado, porém, para todos os outros órgãos, a fila de espera dura anos. Muitos dos pacientes morrem esperando um órgão compatível que nunca chega.
Certamente todos já viram ou ouviram as campanhas de apoio à doação de órgãos, mas infelizmente, uma parcela muito pequena da população se sensibiliza com esse apelo, ou até mesmo a família dos possíveis doadores se esquecem, ou pior, simplesmente desistem de doar os órgãos, devido ao momento de tristeza que passam com a morte inesperada de seus familiares queridos.
Infelizmente essa não é a única dificuldade que as pessoas da fila de espera têm. O sistema de captação de órgão é muito falho. É necessário, logo após a constatação de morte encefálica, algum profissional da saúde converse com a família sobre a doação, se os mesmos concordarem, começa uma verdadeira correria, para que o orgão seja retirado e transplantado o mais rápido possivel. A burocracia impede que muitas vidas sejam salvas.
Aproximadamente 1% de todas as pessoas que morrem são doadores em potencial. Entretanto, a doação pressupõe certas circunstâncias especiais que permitam a preservação do corpo para o adequado aproveitamento dos órgãos para doação. Cada pessoa que decide doar salvar a vida de até vinte e cinco pessoas. Podem ser doadosos seguintes orgãos: coração, fígado, rim, pâncreas, pâncreas/rim, pulmão, intestino e estômago e tecidos: sangue, córnea, pele, medula óssea, dura máter, crista ilíaca, fáscia lata, patela, costelas, ossos longos, cabeça do fêmur, ossos do ouvido, safena, válvulas cardíacas.
Abaixo, exemplos de alguns órgãos/tecidos e o tempo de retirada para que os mesmos possam ser doados:
• Córneas (retiradas do doador até 6 horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até 7 dias);
• Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 6 horas);
• Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo 6 horas);
• Rins (retirados do doador até 30 minutos depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
• Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Ossos (retirados do doador até 6 horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até 5 anos).
• Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
• Pele;
• Valvas Cardíacas.
Por haver um tempo máximo em que os principais órgãos podempermanecer fora do corpo, a doação muitas vezes fica impossível, divido às distâncias. O ideal seria haver hospitais equipados para essa cirurgia em todo país, mas infelizmente, isso só ocorre, em geral, nos grandes centros.
Existe também a doação em vida, essa mais fácil, mas em geral ocorre de parentes para parentes. Para que isso ocorra, o possível doador passará por uma avaliação médica, garantindo que não haverá riscos para o mesmo. A doação entre vivos ocorre com órgãos duplos como o rim ou o pulmão, uma parte do fígado ou do pâncreas, ou ainda, um tecido como a medula óssea, para que se possa ser transplantado em algum familiar (até 4º grau) ou até um amigo (Neste caso é necessário uma autorização judicial).
A doação deve sempre ser incentivada, seja em casa, na escola ou no trabalho. Informe sua família sobre seu desejo de ser doador de órgãos. Não é necessário qualquer registro em nenhum documento. O mais importante é comunicar em vida sua vontade pela doação. Doar é fácil. Para ser um doador basta querer.
"Transplante é muito mais do que uma simples cirurgia. É um procedimento que envolve a mais profunda conexão entre seres humanos." - James F. Burdick
Para saber mais acesse: www.adote.org.br

3 comentários:

  1. quais órgãos menos comums de serem doados ?

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  2. Fabi Monteiro,

    O Ministério da Saúde está investindo na conscientização a respeito da Doação de Órgãos. Sua participação é fundamental.

    Divulgue o link sobre doação de órgãos: http://bit.ly/cHLx34.
    Para mais informações:
    fernanda.scavacini@saude.gov.br
    Ministério da Saúde

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  3. Maria Eduarda,

    A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condiçães de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.
    Os órgãos são:

    * Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
    * Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
    * Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);
    * Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
    * Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
    * Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
    * Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos);
    * Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
    * Pele; e
    * Valvas Cardíacas.

    É possível doar alguns órgãos também em vida. Saiba mais aqui http://bit.ly/cHLx34


    Para mais informações:
    fernanda.scavacini@saude.gov.br
    Ministério da Saúde

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