quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SEXO, DROGAS E CARNAVAL

Quando pensei em escrever essa nova matéria, tinha me decidido por escrever sobre essa tal crise mundial, no entanto, uma matéria divulgada na imprensa me fez ter uma outra idéia, justamente pela proximidade da “maior festa popular do Brasil” : o carnaval.
Um resumo dos fatos: no dia dois de fevereiro de 2009, dois turistas alemães, ambos com mais de sessenta anos, foram presos por trocar de roupa em pleno saguão do aeroporto Internacional de Salvador. Chegaram a ficar de cuecas em um local público, onde haviam mulheres e várias crianças. Acabaram sendo indiciados por ato obsceno.
No dia dezenove de janeiro de 2001, em pleno Maracanã lotado para o festival Rock’n Rio III, o baixista da banda Queen of the Stone Age, Nick Olivieri, tocou peladão. O juiz da vara da infância e adolescência o levou para a delegacia para prestar depoimento. Foi liberado em seguida sem problemas, após um pedido de desculpas.
Estrangeiros pelados no Brasil, além da nudez, o que esses casos tem em comum? A justificativa dada pelos envolvidos. Os alemães se defenderam dizendo que não achavam que a troca de roupas incomodaria as pessoas presentes no local. Em depoimento, eles declararam ter pensado que trocar de roupas em público era algo comum no Brasil, por causa da forma que os brasileiros se comportam nas praias. Da mesma forma, na época do incidente no Rock’n Rio, o baixista do Queens of the Stone Age, declarou que, achava que isso fosse algo normal no País.
O que leva estrangeiros a terem uma visão tão vulgar do nosso país? Será que isso não influencia em nada o turismo sexual tão conhecido e tão pouco combatido? Turismo esse que abrange, não só mulheres, como adolescentes e até crianças, em especial no nordeste brasileiro, mas sem esquecer das outras regiões?
Não sejamos hipócritas, o Brasil é visto lá fora como uma grande indústria do sexo, com o perdão da palavra, um verdadeiro “puteiro”, onde vale tudo para satisfação sexual, inclusive sexo com crianças.
Certamente o maior responsável por isso é o carnaval. A grande festa popular do Brasil. Será que essas pessoas sabem que o carnaval não é uma festa tipicamente brasileira? Na idade média já se existia o carnaval, no entanto eram bailes de máscaras, onde as pessoas, tanto homens como mulheres, por não poderem ser reconhecidas, aproveitavam para praticar sexo com qualquer um. A grande diferença é que o carnaval brasileiro, tudo é feita às claras, inclusive com crianças sambando junto à mulheres praticamente nuas. Vemos nas chamadas carnavalescas de uma certa emissora de televisão (é bem óbivio à qual me refiro) a sua estrela principal, com o corpo apenas pintado, se exibindo durante a programação infantil da tal emissora. Será que as pessoas já se esqueceram da sambista que entrou na avenida com um tapa-sexo minúsculo e cuja a escola de samba foi punida apenas com perdas de pontos? E punição por prática de ato obsceno? Um homem camisa e cueca (no caso dos turistas alemães) foi indiciado, e esse monte de gente completamente numa no carnaval, não é ato obsceno também? As mesmas crianças e mulheres que viram eles trocando de roupa no saguão vão ver outras pessoas fazendo bem pior no carnaval. Alguém vai falar que isso não induz às crianças a pensarem que a exibição do nu em qualquer lugar é algo comum, como ocorreu nos casos dos estrangeiros supra citados.
Não pensem que isso é moralismo, mas em tudo deve haver um limite. Crianças de dez anos de idade não podem achar que fazer sexo com qualquer um em qualquer lugar é algo normal. Coisas desse tipo fazem com que crianças vítimas de pedofilia tenham maior dificuldade para reconhecer uma agressão, pois para elas, um adulto nu ao seu lado é normal. O carnaval por sí só não é o único vilão, mas certamente é o maior deles, pois leva essa imagem para o mundo todo devido á sua magnitude.
É claro que também devemos citar aqui o funk carioca, também já “exportado” para o resto do mundo, que além da tranformação da mulher em objeto, tem letras explícitas que qualquer criança ou adolescente tem acesso. Mulheres semi nuas, literalmente, se esfregando em todos os homens da platéia deixando uma idéia de que fazer sexo sem limites não causa enhum problema. É aí que começamos a ver menores com doenças sexualmente transmissíveis e garotas que engravidam no meio do baile funk, muitas vezes sem saber quem é o pai da criança. E pior ainda: sem a menor condição física, psicológica, social e financeira de se tratar dessas doenças e/ou criar um filho.
Muitos dizem tanto o funk, quanto o carnaval são sensuais, mas sensualidade não anda junto com vulgaridade. Tanta “sensualidade” faz com que nove meses depois nasçam os resultados, os chamados “filhos do carnaval”, que são crianças que foram geradas durante os dias de festa por adolescentes que aproveitaram o fato de no carnaval poder fazer qualquer coisa.Muitos dizem que é algo sensual, mas sensualidade não ánda junto com vulgaridade.
É claro que existem muitos outros problemas quando nos referiamos ao carnaval, como por exemplo, o consumo abusivo de drogas, a violência gerada, o peconceito disfarçado, o machismo declarado, no entanto, foi necessário explanar sobre o resultado que isso traz à vida das pessoas. Será que ninguém vê o quanto a vulgarização e banalização do sexo através de festas como o carnaval, traz prejuízos? Prejuízos tanto na imagem que estrangeiros tem do nosso país, quanto prejuízos na formação ética de crianças e adolescentes. É claro que com a justificativa de que o carnaval atrai turistas e desenvolve a economia, os governantes jamais farão alguma coisa, não para acabar com o carnaval, mas ao menos para tranformá-lo em festa de verdade, e não em uma vitrine onde se expõe mulheres, adolescentes e crianças para o consumo.

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